Nomes maiores do que a vida. Grisaleña, Sebastian Grisaleña, está de volta à Madeira e ao palco que o elevou a lenda viva do Club Sport Marítimo. Amanhã, a partir das 17h30, Grisaleña visita o Estádio do Marítimo, liderando uma comitiva que viaja desde Canárias. Oportunidade para voltar a homenagear o antigo guarda-redes cujo nome se entranhou no imaginário colectivo do Maritimismo. Carlos Batista, Vice-Presidente, será o anfitrião, uma vez que o Presidente Rui Fontes estará no ‘Thinking Football’, evento a decorrer na cidade do Porto.
Nascido em Canárias, Grisaleña chegou à Madeira em 1965 para defender a baliza do Maior das Ilhas. Foram 6 anos a rugir entre os postes, 6 anos a construir, jogo a jogo, o mito do canário voador. Sebastian Grisaleña não só ergueu a causa verde-rubra. Tornou-se Madeirense de Gema, assumindo a baliza da Selecção da Madeira. Grisalenã, guardião eterno deste orgulhoso Leão do Almirante Reis, contribuiu para devolver a hegemonia do Marítimo no futebol regional, após 7 anos de domínio soberano do saudoso Clube Futebol União.
Com o canário voador na baliza, o Marítimo voltou às vitórias. Aqui e além-mar. Em Agosto de 1966, pouco depois da epopeia d’ Os Magriços em Inglaterra, o Marítimo deslocou-se até aos Estados Unidos da América e, como sempre, honrou a Madeira e Portugal. Na bagagem, glórias em excesso de peso. Inúmeros troféus que comprovam o sucesso e prestígio do Marítimo por terras do Tio Sam.
Em Maio de 1968, Grisalenã protagonizou das melhores exibições da sua carreira e, com os seus colegas, escreveu outra página para a antologia do Maritimismo. Nos quartos-de-final, o Marítimo defrontou os célebres “bebés” do Leixões, uma das mais poderosas equipas portuguesas. O Maior das Ilhas estava, então, nos Regionais, pelo que participou na Taça de Portugal como Campeão da Madeira. Na primeira-mão, a 19 de Maio de 1968, vitória por 1-0 no ‘Caldeirão’. Noémio assinou o golo. Na segunda-mão, empate a uma bola no Estádio do Mar, em Matosinhos. Os rapazes do Almirante Reis deixaram os “bebés” em pranto e motivaram um arraial espontâneo no Funchal, como só o Marítimo consegue. Ao leme da Madeira e nas meias-finais da Taça de Portugal, o Marítimo confirmava, de novo, estar destinado à grandeza. Essa odisseia de 68 prenunciava o que a próxima década traria: a ascensão do Marítimo à elite do futebol português.
Bem-vindo, ‘Grisa’