Sábado de peregrinação ao altar do futebol madeirense. O Maior das Ilhas recebeu o CD Mafra em jogo da 6ª jornada da Liga SABSEG. Antes do jogo, Telma Encarnação, a nossa pérola do Atlântico, foi homenageada pela Direcção do Club Sport Marítimo. Com 25 internacionalizações pela principal Selecção feminina portuguesa, Telma Encarnação inscreveu o seu nome na História ao marcar o primeiro golo de sempre das ‘Navegadoras’ em fases finais do Mundial. Volta olímpica merecidíssima para Telma Encarnação, com João Canada como cicerone. O Maritimismo saúda-te, Telma.
Tulipa elegeu um “onze” sem alterações em relação ao último jogo para o campeonato, quando o Marítimo se deslocou ao Olival para conquistar mais três pontos. Samu na baliza, Igor Julião e Vítor Costa nas laterais, Dylan e Matheus Costa no centro da defesa. À frente, Diogo Mendes e Noah Françoise, com Lucas Silva e Francis Cann nas alas e o Capitãp Xadas mais próximo do ponta-de-lança Platiny.
Platiny foi o primeiro homem a fazer rolar o esférico após o apito inicial de Ricardo Baixinho. Pressão alta por parte dos homens de Tulipa. O primeiro cruzamento pertenceu a Lucas, a actuar à esquerda. Numa diagonal para o meio, tentou servir Platiny, mas Oláfsson segurou sem dificuldade. Logo depois, de novo Lucas a ganhar metros pela esquerda, mas a defesa mafrense fechou as portas. Dois regressos ao Caldeirão nas hostes do Mafra: Silas, o treinador que jogou no Marítimo, e Miguel Sousa, médio que serviu o Leão do Almirante Reis ao longo de várias temporadas.
Aos 5 minutos, Vítor Costa conquistou a profundidade e assistiu Platiny para o golo que o Caldeirão já esperava. No entanto, o cruzamento não saiu bem calibrado e Platiny chegou atrasado para o desvio da felicidade. Grande dinâmica da ala esquerda do Marítimo nestes minutos iniciais. Entretanto, o Caldeirão revezava-se no rugido pelo Leão do Almirante Reis.
O Maritimo ameaçou de novo aos 12 minutos. Cann libertou-se, abriu em Julião e o lateral procurou Platiny na área. Sempre combativo, o remate do brasileiro foi bloqueado. Insistiu Julião com novo tiro, desta vez ao lado da baliza mafrense. Continuava o Marítimo a acossar o Mafra. Cann, de longe, atirou muito forte para defesa muito difícil de Oláfsson. Endiabrado o Leão do Almiranre Reis na busca do golo inaugural.
O Marítimo conquistou o primeiro canto aos 15 minutos, após trabalho de Lucas. Na conversão, Xadas bateu mal na bola e o Mafra respirou. Não por muito tempo. O Maior das Ilhas mordia e não permitia a saída do Mafra. Num lance de persistência insular na área adversária, Cann forçou e obrigou o defesa a errar. A bola sobrou para o guarda-redes. O Caldeirão reclamou passe para intencional para o guarda-redes, mas sem razão. Na retina, a obstinação do Marítimo na recuperação de bola ainda na área “amarela”.
O trunfo na manga de Silas estava guardado. O Mafra bateu a primeira linha de pressão do Marítimo, conquistou superioridade numérica, a bola entrou no ala direito que rematou para grande defesa de Samu. Na recarga, e sem oposição, Miguel Sousa cabeceou para o golo. Felicidade e mérito para a equipa de Silas. O Mafra em vantagem aos 21 minutos.
Não durou muito a vantagem do Mafra. O Marítimo manteve-se fiel ao seu ideário e, numa brilhante jogada colectiva, a bola circulou por vários jogadores verde-rubros. Cann, do lado direito, divergiu para o centro, tocou para Diogo Mendes, o português abriu em Xadas na esquerda e o maestro entregou de bandeja o golo a Lucas. Empate no Caldeirão aos 27 minutos.
Empate reposto e procura imediata da vantagem. Saída rápida conduzida por Xadas, Platiny em duelo com os centrais, apuros para o Mafra, mas o último reduto visitante resolveu. O Mafra, no entanto, revelava-se viperino no contra-ataque. Aos 33 minutos, um cruzamento da direita assustou Samu. Equipa muito personalizada a de Silas, capaz de preservar tranquilidade na posse, não obstante o ritmo imposto pelo Marítimo. Aos 35, novo cruzamento da direita, a bola atravessou a área madeirense, Julião falhou a recepção e Lucas Gabriel atirou para boa defesa de Samu. O Mafra insistiu, alguma confusão em zona de perigo, com novo remate mafrense a sair ao lado.
Esteve perto o Marítimo da reviravolta aos 37. Insistência pela esquerda, Cann cruzou e o central mafrense antecipou-se a Lucas que já tinha o pé direito em modo de embrulho para oferecer nova prenda ao Maritimismo. Pouco depois, Cann como uma flecha a queimar linhas de pressão do Mafra, bola em Igor Julião que simulou o cruzamento e devolveu a Cann. O “baixinho” rodou bem e cruzou, mas Platiny não conseguiu o desvio. Respondeu o Mafra com um contra-ataque rapidíssimo que voltou a atormentar Samu. Grande jogo no Caldeirão.
Ricardo Baixinho concedeu 3 minutos de compensação. Cann sofreu falta dura do central Pedro Silva. Excelente exibição do ganês. Empate ao intervalo.
Os rapazes do Almirante Reis regressaram ao relvado do Caldeirão sem alterações. A segunda parte iniciou-se com falta sobre Noah. Amarelo para João Goulart aos 47 minutos. Em exercícios de aquecimento, Fábio China, René Santos, Marcos Silva, Baraye e Euller. Lucas, aos 54, invadiu a área mafrense, mas o cruzamento saiu fraco e sem dificuldade para Oláfsson. Ripostou o Mafra com um passe a rasgar de Miguel Silva e imediata entreajuda madeirense a anular o potencial perigo.
O Marítimo conquistou o primeiro canto da segunda-parte aos 58 minutos. Calafrios na defesa forasteira, remates interceptados, persistência do Marítimo e canto. Dois consecutivos, aliás, sem problemas para a equipa de Silas. Jogo menos intenso nesta fase, com o Mafra a tentar preservar algum domínio territorial, sem incomodar Samu. Silas foi o primeiro a mexer, com duas substituições simultâneas. 30 minutos para jogar.
Tulipa respondeu com Marcos Silva e Euller para os lugares de Diogo Mendes e de Lucas Silva. Bica, o jovem ponta-de-lança da equipa B chamado para este jogo, juntou-se aos exercícios de aquecimento. Depois de uma primeira intervenção de Euller, pela esquerda, a bola chegou a Xadas, com o esquerdino a testar a meia-distância para defesa segura do guardião visitante. Depois, Cann voltou a ser carregado. Livre para o Marítimo em posição perigosa. Subiram as torres maritimistas para a área do Mafra. Xadas bateu, luta nas alturas e pontapé-de-baliza.
Tulipa voltou a mexer à entrada para o último quarto de hora. René Santos e Baraye em campo, saídas de Noah e Cann. Antes, Vítor Costa foi admoestado por falta sobre Lucas Gabriel. O Mafra, pelo flanco direito, trabalhou bem, o cruzamento saiu a preceito e o ponta-de-lança cabeceou ao lado. Calafrios no Caldeirão. Vítor Costa parecia em dificuldades físicas, pelo que Fábio China foi chamado para render o brasileiro.
O Marítimo voltou a acercar-se com perigo da baliza mafrense à passagem dos 80 minutos, com Xadas em evidência. Bem o último reduto forasteiro a bloquear as ameaças verde-rubras. Aos 86, míssil de Euller para um golo antológico. Defesa da tarde para Oláfsson, canto para o Leão do Almirante Reis. Xadas bateu, a defesa mafrense cedeu novo canto, desta vez do lado oposto. O jogo aproximava-se dos 90, o Mafra procurava congelar os ânimos do Marítimo, dentro e fora de campo. O Caldeirão queria mais, a equipa queria mais. 6 minutos de compensação, 6 minutos para resgatar os três pontos.
Lance na área do Maritimo, jogador do Mafra no relvado. Ricardo Baixinho assinalou fora-de-jogo, mas ouviu o VAR sobre possível grande penalidade. 6 minutos de espera. Depois de visualizar as imagens, Ricardo Baixinho assinalou grande penalidade. Inacreditável. Dylan tocou na bola. Confusão entre jogadores, vermelhos para um e outro lado. Triste espectáculo. Golo do Mafra.
O Marítimo não se rendeu e tentou remediar a injustiça. Marcos Silva caiu na área num lance de possível grande penalidade, mas Ricardo Baixinho mandou jogar. O jogo terminou com a vitória forasteira.
Obrigado, Maritimistas, pelo incessante apoio.