Xadas, com um golaço que causa uma alegria febril, quebrou a resistência do GD Fabril.
O Maior das Ilhas deslocou-se ao Estádio Alfredo da Silva, no Barreiro, para enfrentar o GD Fabril, sucedâneo da lendária CUF. Jogo da 2ª eliminatória da Taça de Portugal, competição na qual o Marítimo apresenta pergaminhos que o técnico verde-rubro, Tulipa, sublinhou na antevisão. O Maritimismo voltou a responder à chamada e para a margem sul convergiram cerca de 150 peregrinos.
Tulipa introduziu várias alterações no “onze”, promovendo as estreias absolutas de Amir, neste regresso a casa, e de Baraye. Já com minutos pelo Marítimo, Euller Silva integrou, pela primeira vez, o “onze”, o mesmo acontecendo com Tomás Domingos e o Capitão China, os laterais eleitos para este duelo da Prova Rainha. No centro da defesa, Dylan e René Santos. No “miolo”, Marcos Silva e o regresso à competição de Val Soares. Nas alas, Euller e Baraye, com João Tavares no apoio a Bruno Marques, o ponta-de-lança que também se estreou como titular.
Logo no primeiro minuto de jogo, o Marítimo inaugurou o marcador. João Tavares sofreu falta na meia-esquerda, o mesmo João Tavares converteu o livre, Bruno Marques desviou e a bola acabou por embater num defesa do Fabril antes de se aninhar nas redes locais. Grande entrada do Leão do Almirante Reis para gáudio dos peregrinos verde-rubros.
O golo do Marítimo foi a única oportunidade durante os 15 minutos iniciais. Muita luta a meio campo, com o Fabril mais adaptado ao estado do terreno que impedia a circulação fluida do esférico. Aos 16 minutos, belo passe de René para China, com o lateral a “puxar” para dentro antes de ser rasteirado. João Tavares assumiu a cobrança e voltou a bater tenso na direcção do primeiro poste. Desta vez, a defesa do Fabril cortou para canto.
O GD Fabril conquistou o primeiro canto da partida aos 25 minutos. Amir, sem dificuldades, segurou. Neste fase, a equipa do Barreiro tinha mais posse, perante um Marítimo que consentia o ascendente territorial, mas sem permitir aproximações à área de Amir. Personalizada a equipa do Campeonato de Portugal, a demonstrar vontade de assumir o jogo, sem se atemorizar perante o Marítimo, “clube das tradições”.
O Marítimo esteve na iminência de dilatar a vantagem após cruzamento da esquerda. Bruno Marques falhou por milímetros o cabeceamento. O Fabril, no entanto, mostrava-se perigoso e o último reduto maritimista passou por tormentos numa jogada de insistência. O corte de René Santos foi providencial. A ala esquerda do Marítimo foi sempre a mais activa, com Fábio China a subir por diversas vezes, tal como aconteceu no lance que antecedeu o golo. Já no período de compensação da primeira-parte, China voltou a ganhar a profundidade, tirou cruzamento para Bruno Marques, mas o ponta-de-lança, já em desequilíbrio, proporcionou a André Duarte uma defesa fácil. O intervalo chegou com o Marítimo em vantagem por 1-0.
O Leão do Almirante Reis regressou ao relvado do Estádio Alfredo da Silva sem alterações. Na primeira incursão atacante, o Marítimo ganhou um canto. Euller Silva na conversão, bola na pequena área e falta assinalada sobre o guardião caseiro. O Fabril ripostou com um remate muito perigoso. Amir segurou à segunda. Dificuldades para o iraniano, uma vez que a bola vinha tensa e traiçoeira, fruto de um relvado muito acidentado.
Euller Silva poderia ter aumentado a vantagem aos 51 minutos. Arrancada de Baraye, com o extremo a descobrir Euller no lado oposto. O brasileiro driblou e rematou com o pé direito para uma defesa incompleta do guardião do Fabril, levando a bola a sobrevoar a linha de golo. Bruno Marques não conseguiu emendar. Gorou-se uma grande oportunidade. Pouco depois, João Tavares testou o remate exterior, sem sucesso. E o Fabril igualou a partida com um golaço. A defesa insular não foi lesta a afastar e Kong desferiu um tiro ao ângulo superior direito de Amir. Empate no Barreiro.
Tulipa mexeu de imediato. Lucas Silva, Noah e Xadas renderam João Tavares, Baraye e Val Soares. China, logo depois das substituições, invadiu a área do Fabril e rematou forte para defesa segura do guarda-redes.
O Marítimo voltou à vantagem com uma brilhante jogada colectiva. Xadas e Euller baralharam a defensiva caseira, Euller executou o cruzamento e Lucas Silva, ao segundo poste, atirou a contar. Xadas e Lucas Silva, praticamente nas suas primeiras intervenções, fizeram a diferença, sem esquecer o grande trabalho de Euller. De assinalar o gesto de Lucas Silva ao correr em direcção aos peregrinos do Marítimo, seguido por todos os colegas em campo. O Maritimismo em comunhão.
Melhor, muito melhor, o Marítimo nesta fase do jogo. Os verde-rubros exerciam pressão imediata e não permitiam saídas do Fabril. Aos 67, Lucas surgiu em boa posição perante André Duarte. Uma “mancha” meritória impediu o terceiro do Marítimo. Tulipa, entretanto, voltou a mexer. Saiu Euller Silva e entrou Cann.
Bruno Marques, num movimento de ponta-de-lança, recebeu, rodopiou, ganhou na velocidade e desferiu um remate muito forte. Bela defesa de André Duarte e Bruno Marques no relvado com muitas queixas. A equipa médica do Marítimo fez, de imediato, sinal para substituição. Entrou Platiny numa altura em que o jogo entrava nos 10 minutos finais, exceptuando compensação.
E Xadas apareceu. Que golaço do maestro verde-rubro. Aos 85 minutos, Xadas percebeu que André Duarte estava ligeiramente adiantado e calibrou a mira para o ângulo superior direito. Para ver e rever. O Marítimo garantia, agora, uma vantagem muito confortável.
Xadas, de novo Xadas. Platiny na assistência e Xadas, de primeira, a rematar para uma prodigiosa defesa de André Duarte. A bola ainda bateu na barra. O talento febril de Xadas a desconjuntar a resistência do Fabril.
O Maior das Ilhas segue para a próxima eliminatória da Taça de Portugal. Vitória dentro e fora das quatro linhas. Peregrinos, o Marítimo saúda-vos.
Ao GD Fabril, as maiores felicidades para a vossa caminhada.