Começo por agradecer a vossa presença aqui.

Convoquei esta conversa convosco para me dirigir a todos os adeptos do clube.

Quem me acompanha, como vocês, sabe que optei por conduzir o meu trabalho de forma discreta na qualidade de diretor desportivo. Porque entendi que o meu dever era proporcionar as condições para que outros protagonistas se diferenciassem. Dei sempre o meu melhor, não tenham dúvidas disso.

Nesta fase, no entanto, entendo que tenho de ser eu a assumir o ónus de uma comunicação que só a mim me diz respeito. Faço-o com três propósitos, que gostava que fossem devidamente replicados.

Primeiro.

O Marítimo está na iminência de apresentar um novo treinador. É o terceiro em pouco tempo. Não é o ideal, é verdade.

Mas continuamos unidos e organizados, defendidos por um plantel recheado de grande qualidade. Também por isso, garanto-vos, o Marítimo continua a ser um clube apetecível para qualquer treinador. E não teremos dificuldade em nos recompor e continuar a nossa caminhada que acredito será premiada com a subida.

Este ano, saiu o Fábio Pereira, técnico de muita qualidade. Saiu o Silas, por razões pessoais, outro treinador que gostaria que tivesse continuado. Saíram, mas mantenho com ambos relações de amizade.

Só para não haver elefantes na sala, respondo a alguns boatos postos a circular por perfis falsos na internet: Nunca. Mas mesmo nunca, me desentendi nem me insurgi contra as opções de nenhum treinador. São livres de fazerem as suas escolhas, depois cá estamos para os responsabilizar pelo sucesso ou insucesso das mesmas.

O Danny, homem de família, dirigente do Marítimo ou antigo futebolista, tem princípios dos quais não abdica. E o civismo é um deles. Compreendo que quem constrói mentiras, tem o objetivo de atacar a instituição que defendo. Mas não o vão fazer às minhas custas.

Segundo.

Quero que saibam que o novo treinador será escolhido comigo fora da estrutura do Marítimo. É uma opção minha, fundamentalmente justificada por razões de índole pessoal que só a mim e à minha família dizem respeito. Hoje, mais do que nunca, sei que o tempo é sagrado. E tenho de aproveitá-lo, sem interrupções, junto dos meus.

Não se trata de uma situação repentina. Já há algum tempo que estava mais afastado do que desejaria das lides da equipa. E mesmo disponível para ajudar sempre o clube – como continuarei agora e no futuro – entendo que a administração merece ter um profissional 100% dedicado, como eles próprios têm demonstrado ser vezes sem conta.

Terceiro

Fico grato por ter integrado este projeto desportivo. Ter conhecido pessoas válidas, homens com H grande, que fazem as coisas acontecerem, que se esforçam, que trabalham, que são empenhados. Que amam o clube.

Ao longo da minha carreira, conheci diversos dirigentes, alguns ao mais alto nível, e posso vos garantir que o Marítimo está bem servido, sabe o caminho que tem de percorrer e não procura atalhos que desvirtuem os compromissos e princípios estabelecidos e que foram sufragados pela esmagadora maioria dos sócios.

Saio com o sentimento de que o clube está em boas mãos e disponível para continuar a ajudar, nem que seja da bancada, a apoiar nos momentos difíceis e a celebrar as conquistas, como todos os verdadeiros maritimistas.

Muito obrigado. Foi um prazer. Estou certo que não será um adeus, mas um até logo. Bem hajam.

Danny Gomes